Quem via o elenco do Corinthians no início do paulistão, de certo não imaginava o que aconteceria nos próximos meses. Um título paulista irretocável e uma campanha nunca antes vista na história dos pontos corridos no brasileirão. Surpresa até para o próprio Fabio Carille que chegou a admitir também não compreender como seu time se tornou tão imbatível no primeiro turno. Primeiro turno tão bom que foi capaz de garantir o título ao alvinegro mesmo com um segundo tão irregular.
Mas analisando o cenário de um angulo externo, é possível arriscar pelo menos três causas de tanto sucesso, explicadas abaixo.
- Falta de pressão – Quarta força do futebol paulista, diziam. Pois essa expressão foi abraçada e usada de combustível pelo elenco alvinegro. Já que eram a quarta força, não havia tanta obrigação de ganhar, logo, a pesada camisa corintiana perdia alguns quilos. Com o passar dos meses, a quarta força se tornou a primeira, não só de São Paulo, mas do Brasil. E essa expressão deve ter sido colada no armário de cada jogador corintiano, para registro eterno.
- Obediência tática – Pupilo de Tite, Carille é um dos principais merecedores desse título. Com um grupo limitado que parecia aspirar por apenas um meio de tabela no início do ano, sua organização e modo de passar seus conceitos aos jogadores mantiveram um estilo de jogo simples e organizado, que só foi perder sua invencibilidade na 21ª rodada do campeonato brasileiro, em casa, para o Vitória. Ataque eficaz e defesa segura – a menos vazada do brasileirão – são provas de que seu conceito tático e o compromisso dos jogadores em segui-lo, deram mais do que certo.
- Auges individuais – Muitos dos jogadores do Timão, vivenciaram o melhor ano de sua carreira. Esse é mais um mérito de Carille, que confiou e motivou jogadores essenciais para o título corintiano, como Cássio, Romero, Rodriguinho – que não fez um bom segundo turno, mas jogou muito no primeiro – e principalmente Jô. Não havia um torcedor do Corinthians que não desconfiasse do rendimento que o atacante teria, quando foi anunciado, no fim de 2016. Mas para grata surpresa da Fiel, o centroavante não apenas recuperou seu futebol, como foi decisivo, e disputa a artilharia do campeonato com Henrique Dourado – até a postagem deste texto, Jô tem 18 gols, e Dourado 17.